Acho que estou perdendo o jeito até para escrever, escrever o que sinto, as palavras ficam confusas e soltas e eu me perco. Estou ruim até para isto? Nada para mim anda certo ultimamente, bem, parando para pensar nunca deram. Sou uma tola, por sempre errar, e mesmo que tente continuo errando.
Meu caminho é confuso e não sei em que estrada seguir, tudo parece novo ao mesmo tão normal. Não sei quando fiquei assim ao exato. Mas fiquei, e não percebi. Meu maior erro foi ser fraca.
A luz da lua toca a janela e reflete o meu rosto, a chuva esta caindo forte e os ponteiros do relógio demoram a andar. Por que não chega logo a hora de fechar os olhos? A musica entra nos meus ouvidos e são como palavras tolas sem nenhum sentido, o ar não chega ao pulmão, e as batidas do coração diminuem a cada dia. Já não lembro quando foi a ultima vez que sonhei, e quando lembrei do seu perfume. O cheiro de terra molhada lá fora invade o meu quarto. As cartas que faço e coloco na gaveta a vestígios de borrões de uma água salgada e amarga. Não me fale que tudo vai passar, ou que não devo chorar, não me fale que vou conseguir. Falar é tão fácil, difícil é sentir. Não me fale.
Meu olhos ardem e os gritos de perda e dor me consome, eu perdi o meu próprio eu, me perdi de mim mesma. Me sinto tão mal por esse final amargo: A garota tola e sonhadora que se olha no espelho e não sabe quem é, ou o que quer. A garota tola que chora, e é vencida pelo medo e incerteza, pela insegurança. Que tem como pior inimigo ela mesma. Eu irei me perder na angustia essa noite. Estou com frio, e sinto um tremor em meu corpo.
O sangue do meu rosto suja o travesseiro, e olhando a janela a chuva esta a cessar e o sol começou a brilhar, os ponteiros do relógio começaram a andar novamente. Então eu sei que agora poderei fechar os olhos em paz.